Sexta dos Jogos: Bingo na Biblioteca

Às sextas-feiras, quando a tarde repousa sobre a Usina da Paz o silêncio da biblioteca costuma reinar, algo diferente começa a acontecer. As estantes continuam firmes, guardando seus livros e histórias, mas há um novo tipo de narrativa tomando forma ali: a narrativa do riso, do encontro, do jogo. É dia de transformar o saber em celebração, é dia da Sexta dos Jogos.
A biblioteca, antes santuário da leitura silenciosa, se enche de vozes animadas, olhos atentos e corações pulsando com expectativa. As mesas se tornam arenas da sorte e da diversão. É hora do bingo, aquele jogo simples e mágico que une gerações, que ensina paciência e atenção, e que provoca os melhores sorrisos quando alguém, com brilho nos olhos, grita: “Bingo!”. Mas ali, cada número sorteado carrega mais do que a chance de ganhar um prêmio; carrega o valor do momento partilhado, da espera divertida, da convivência.
As premiações, por mais simbólicas que sejam, fazem os olhos brilharem como troféus de ouro. Um doce, um livro, um mimo preparado com carinho – tudo vira recompensa, não apenas pelo acerto, mas pela participação, pela presença. Porque na biblioteca, nessa tarde especial, todos ganham: ganham memória, afeto, pertencimento.
Mais do que competir, ali se está para se divertir. E a diversão não é fútil, é formadora. Ela ensina que o espaço da biblioteca pode ser plural, pode acolher tanto o silêncio da leitura quanto o riso do jogo. Ensina que o aprendizado também floresce na leveza, no improviso, na socialização.
A Sexta dos Jogos é mais do que uma atividade extracurricular. É uma ponte entre o saber e o sentir, entre o livro e o laço. É um lembrete de que a biblioteca vive, pulsa, se reinventa. Que, às vezes, uma tarde de bingo e alegria pode ensinar tanto quanto uma tarde de leitura — e que ambas podem, e devem, coexistir.