Enfrentamento à Violência Doméstica: Diálogo, Informação e Apoio Coletivo

A violência doméstica é uma das formas mais persistentes de violação dos direitos humanos, afetando mulheres de todas as idades, classes sociais e contextos culturais. Para enfrentar essa realidade complexa, é essencial a articulação entre informação, diálogo e apoio coletivo. Nesse sentido, a realização da roda de conversa sobre estratégias de enfrentamento à violência doméstica, promovida pelo Instituto Mãe Crioula, foi um passo importante na luta contra essa forma de opressão. O evento também marcou o lançamento da cartilha “Ei, mana, te sai dessa!”, uma iniciativa que visa fortalecer a autonomia das mulheres e ampliar o acesso a redes de proteção.

A cartilha lançada durante o encontro cumpre um papel educativo e empoderador. Com linguagem acessível e sensível à realidade das mulheres em situação de vulnerabilidade, o material oferece informações sobre os tipos de violência, os direitos garantidos por lei, além de orientações práticas para buscar ajuda e romper com o ciclo abusivo. A publicação é mais do que um guia; é um instrumento de resistência e de esperança, construído a partir da escuta das mulheres e voltado à construção de caminhos possíveis para a liberdade e segurança.

A roda de conversa se destacou como espaço de escuta, acolhimento e articulação. Reunindo representantes de movimentos sociais, lideranças comunitárias e mulheres da região, o encontro permitiu o compartilhamento de experiências e a construção coletiva de estratégias eficazes para o combate à violência doméstica. A presença de apoiadores como a Usina da Paz Jurunas/Condor, a Biblioteca da Fundação Cultural do Pará (FCP) e demais parceiros fortaleceu a proposta do evento como um esforço comunitário de enfrentamento.

Ao unir a força do diálogo com a potência da informação, o Instituto Mãe Crioula reafirma seu compromisso com a luta antirracista, feminista e popular. A cartilha “Ei, mana, te sai dessa!” não é apenas um produto gráfico: é uma convocação à solidariedade, ao engajamento social e à mobilização das mulheres na defesa de suas vidas e dignidade. Que iniciativas como essa se multipliquem e inspirem novas formas de resistir, acolher e transformar a realidade de tantas manas que ainda precisam sair dessa.

Canais de Denúncia e Atendimento

1. Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher

  • Funcionamento: 24 horas por dia, todos os dias da semana, incluindo feriados.

  • Serviços oferecidos:

    • Orientações sobre direitos das mulheres e serviços da rede de atendimento.

    • Encaminhamento de denúncias aos órgãos competentes.

    • Informações sobre a localidade dos serviços especializados.

  • Disponibilidade: Gratuito e acessível de qualquer lugar do Brasil.

  • WhatsApp: (61) 9610-0180

  • Telegram: Pesquise por “DireitosHumanosBrasil”

2. Polícia Militar – Emergência

  • Número: 190

  • Utilização: Em casos de emergência ou necessidade imediata de socorro.

3. Disque Direitos Humanos

  • Número: 100

  • Serviços oferecidos: Recebimento de denúncias de violações de direitos humanos, incluindo violência contra a mulher.


🗺️ Rede de Atendimento à Mulher no Pará

O estado do Pará conta com uma rede estruturada de serviços especializados para acolhimento e proteção das mulheres vítimas de violência:

  • Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs): Unidades da Polícia Civil focadas em ações de prevenção, apuração e investigação de crimes de violência doméstica e familiar.

  • Defensoria Pública do Estado do Pará: Oferece assistência jurídica gratuita às mulheres em situação de violência.

  • Centros de Referência e Casas de Acolhimento: Espaços que oferecem apoio psicossocial, jurídico e emergencial.

  • Patrulha Maria da Penha: Iniciativa que visa monitorar e proteger mulheres em situação de risco.

Segundo dados de 2024, o Ligue 180 registrou no Pará um aumento de 56,4% nas denúncias em comparação ao ano anterior, totalizando 1.607 registros até julho daquele ano. A maioria das vítimas relatadas tinha entre 30 e 34 anos, e a residência da vítima foi o local mais comum onde ocorreram as violências .


📍 Como Encontrar Serviços Próximos

Para localizar os serviços especializados mais próximos, é possível acessar o Painel Ligue 180, uma ferramenta interativa que disponibiliza informações sobre mais de 2.500 pontos de atendimento em todo o Brasil. Além disso, o site oficial do Ministério das Mulheres oferece uma lista atualizada de serviços disponíveis por estado e município .


💡 Dicas Importantes

  • Sigilo: As denúncias realizadas por meio do Ligue 180 são anônimas, garantindo a privacidade da vítima.

  • Apoio a terceiros: Qualquer pessoa pode denunciar situações de violência contra a mulher, mesmo que não seja a própria vítima.

  • Atenção às medidas protetivas: Em casos de risco iminente, é fundamental acionar imediatamente a Polícia Militar pelo número 190.

 

 

 

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