No dia 19 de novembro, a Usina da Paz Prof. Amintas Pinheiro, em Ananindeua, se tornou um ponto de encontro vibrante para celebrar o Dia da Consciência Negra. A programação especial promovida pela biblioteca do complexo transformou o espaço em um centro de reflexão sobre a história, as lutas e as conquistas do povo negro no Brasil. O Dia da Consciência Negra, além de ser uma data para reconhecer a resistência e a contribuição da população negra, também se configurou como um convite à reflexão sobre as questões que ainda marcam a sociedade atual, como o racismo estrutural e a busca por igualdade racial.

O evento teve início com a fala das Assistentes Sociais da Usina, que destacaram a importância da assistência social na luta contra as desigualdades raciais. Elas ressaltaram a necessidade de políticas públicas que garantam direitos fundamentais para a população negra, enfatizando como o racismo estrutural impacta as áreas de educação, saúde e mercado de trabalho. Também abordaram o empoderamento das comunidades negras, defendendo a valorização da identidade afro-brasileira e o papel da educação e da cultura como instrumentos de transformação social.

Logo após, a palestra da Bibliotecária Darcy Barroso, convidada especial do evento, emocionou a todos com seu relato pessoal sobre as vivências como mulher negra na sociedade. Darcy compartilhou os desafios enfrentados ao longo de sua trajetória, destacando as barreiras impostas pelo racismo e as estratégias que ela adotou para superar essas dificuldades. Em sua fala, Darcy destacou: “Este evento é uma oportunidade única para refletirmos sobre a importância de reconhecer a cultura afro-brasileira, celebrar nossas raízes e lutar por um Brasil mais igualitário. A educação e a cultura têm um papel transformador, e a Usina da Paz, ao promover esse encontro, está dando visibilidade à nossa história e à nossa luta.” Ela abordou também o papel das bibliotecas e outros espaços culturais na promoção do conhecimento e no fortalecimento da luta contra o racismo, proporcionando a formação de uma sociedade mais justa e igualitária.

A celebração seguiu com apresentações culturais que enriqueceram ainda mais o evento. A música, sempre presente na luta e resistência do povo negro, foi celebrada de forma emocionante, com canções que falam sobre ancestralidade, força e superação. A apresentação de voz e violão trouxe ao público a beleza e a profundidade das tradições musicais afro-brasileiras, reforçando o vínculo com as raízes e a história de resistência.

O ponto alto da tarde foi a roda de capoeira conduzida pelo Grupo Senzala, que contagiou a todos com sua energia e ritmo. A capoeira, que nasceu como uma forma de resistência disfarçada de dança, é um exemplo vivo da capacidade de reinvenção e preservação da cultura afro-brasileira. Os participantes puderam se envolver na prática, aprendendo mais sobre essa manifestação cultural tão significativa.

Com essas atividades, a Usina da Paz reafirma seu compromisso com a inclusão social, o respeito à diversidade e a promoção de um ambiente onde todos possam se expressar, refletir e aprender. O evento foi uma oportunidade para reforçar a importância da conscientização sobre o racismo e a necessidade de continuar a luta pela igualdade, além de celebrar a contribuição histórica e cultural do povo negro para a formação da sociedade brasileira.

Comemorado todos os anos, o Dia da Consciência Negra vai além da reflexão histórica, sendo também uma data que nos convida a pensar sobre as ações necessárias para construir um Brasil mais justo, igualitário e antirracista. A Biblioteca da Usina da Paz, com sua programação de qualidade, mostrou mais uma vez ser um espaço essencial para o fortalecimento da identidade cultural e para o fomento de ações que visam a transformação social.

 

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